quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Segunda sem lei


Segunda feira. Quem não odeia? Será que alguém acorda pensando assim: (Oba! Esperei tanto por hoje) Imagino que não. Na verdade sei lá, tem gente que gosta do que faz. Mas não eu. Não o meu trabalho. Tudo que eu queria era não ter q trabalhar, e pra aqueles chatos que dizem: “Ah, mas você ia ficar entediado.” Esqueçam, isso é para os idiotas. Com tanto livro pra ler, tanta cerveja pra beber. Minha vida seria o paraíso.

Porém, infelizmente tenho que trabalhar de segunda a sexta, e hoje por acaso é uma segunda. E eu como sempre dormir quase nada. Não gosto de dormir. Já perco 10 horas por dia. 50 horas por semana. Acho um absurdo perder mais 8 horas por dia dormindo. Nem se eu pudesse, eu dormiria tanto tempo.

Levanto da cama como se meu corpo pesasse uma tonelada. Me olho no espelho e minha barba está enorme, minha cara está péssima. Hoje eu estou realmente fudido. Merda! E esse sol. Cidade quente dos infernos.

Pego minha xícara de café, sento no sofá e acendo um cigarro. Caralho! Já são sete e meia. Viro o café todo de uma vez, passo uma água no rosto, visto a calça, coloco os sapatos e vou abotoando a camisa enquanto desço as escadas. Dessa vez eu me fodo, aquele filadaputa vai comer meu cú. Saio do prédio e parece que entrei numa sauna. Puta que pariu!
Chego à frente do prédio da empresa, estou pingando de suor. Tento correr pra chegar a minha mesa pro patrão não reparar o atraso, mas não adianta. Antes de conseguir sentar na cadeira o desgraçado aparece:

-Senhor John isso são horas? Já são mais de nove. Toda segunda feira é a mesma coisa
- Foi o transito- Tento enrolar
-Transito? Eu pego transito, todos aqui pegam transito. Não podemos admitir esse tipo de atitude aqui na empresa
-Ok senhor

Desgraçado bossal infeliz. Se eu não precisasse dessa merda já tinha quebrado a sua cara. Ah...Mais um dia eu estouro e acabo com a raça desse viado.

Me recosto na cadeira, meus olhos parecem fechar sozinho. Preciso de um café. No momento em que eu levanto o telefone toca. Ele sempre escolhe os melhores momentos pra tocar. Não podia tocar alguns minutos atrás e interromper aquele falatório maldito?

-Alõ, eu apertei o botão, mas meu computador não está funcionando
-Ok....você ligou o botão do monitor?
-eh...ah...Ta bom, brigado.
Tu Tu Tu

Não podia perder esse trabalho, afinal de contas não era um trabalho ruim. Na verdade não tinha muito trabalho, só tinha que aturar o imbecil do meu chefe e algumas pessoas burras.

Passo na cozinha, pego um café e vou até o terraço. Acendo um cigarro....O tempo parece que não passa. Hoje dá seis horas mais não dá cinco. Já deve ser o centésimo café. Volto pra mesa e de repente é como se uma bomba explodisse no meu estomago. Onde estão meus antiácidos?

Eu adoro café. Além de me ajudar a passar o tempo, me mantém acordado, mas ele e meu estomago não se dão muito bem. Enfim a sirene toca. Se fosse uma sexta é provável que eu estivesse pulando de alegria. Mas é segunda e ainda tenho uma porra de semana inteira pela frente. Somente desligo o meu computador, pego minhas coisa e ando cabisbaixo até a saída. Meu celular toca. É o Tiago. Tiago é um amigo que eu não via há bastante tempo. Fizemos faculdades juntos, era um dos poucos companheiros que conseguiam me acompanhar nas bebedeiras. “Bons tempos”- sussurro antes de atender o telefone.

-John! Por onde anda cara? Achei q tivesse morrido de cirrose ou overdose
-Não não, ainda não tive essa sorte, mas tenho me esforçado bastante
-Então você continua o mesmo...escuta, passe aqui em minha casa?
-Vô sim man, só marcar um dia
-Você não entendeu. Venha pra cá agora, tão vindo uns amigos e amigas. Traga bebida
-Cara, você realmente pirou. Tá pior que eu. Em plena Segunda Feira, você quer comer água?
-(Risos) Não cara, você que ta viajando. Isso é o que chamam de “segunda sem lei”. É um modo de não deixar a segunda feira tão ruim

Devo confessar que estranhei a idéia, depois me pareceu genial, depois estranhei de novo. Que se foda, já tô fudido mermo. Ao menos não ia precisar pegar ônibus lotado, a casa do Tiago era próximo ao prédio em que eu trabalhava, então resolvi ir andando.

No meu rosto, a expressão começou a mudar. A cara de desanimo começava a dar lugar a um discreto sorriso de canto de boca. Enquanto caminhava reparava nas transeuntes. De quando em vez achava algo digno de ser olhado por mais tempo. Um bom par de cochas, uma bunda grande ou um decote profundo.

Chegando às redondezas da casa do Tiago achei um mercadinho. Peguei um carrinho e comecei a passear por entre as prateleiras onde ficavam as bebidas. Peguei uma caixa de cerveja e uma garrafa de vodca e andei lentamente até o caixa. Enquanto caminhava reparava em algumas pernas, até então, nada de mais, quando de repente me vi inteiramente focado, quase babando. Uma loira, cabelo liso na altura da cintura. Magra, porém com um lindo par de pernas e uma enorme bunda. Fui lentamente subindo meu olhar, quando chego acima do pescoço desvio. Um olhar de quem não estava gostando nem um pouco me aguardava. Que loucura, nunca vou comer uma mulher dessas. Que se dane, hoje vou encher a cara. Peguei uma carteira de cigarros e rumei à casa do Tiago.

Deviam ser umas 18 horas e a casa já estava cheia. Todo mundo como cara de quem acabou de sair do trabalho, homens e mulheres de uniforme. Ah...mulheres de uniforme, como eu adoro mulheres de uniforme. Reparei que tinha uma morena linda com uma calça atochada. Apreciei mais um pouco e cheguei novamente a mesma conclusão “nunca vou comer uma mulher dessas”. Tudo bem, ela nem é melhor que aquela loira mesmo.

-Pessoal, esse é o John que eu falei pra vocês
-Ah! Você é o filosofo? -Perguntou a morena
-Não, sou só formado em filosofia- Respondi meio desconcertado
- Ei, deixa isso pra lá, tenho uma coisa aqui pra você, bebe.
-Que isso?
-Só bebe, ta amarelando?

Não sei o que era aquela coisa, mas tinha gosto de gasolina, no primeiro gole já comecei a ficar tonto...gostei. Sentei no sofá com alguns amigos do Tiago e depois de mais algumas doses daquela gasolina já me sentia intimo de todo mundo. Tudo corria muito bem, estava tocando um cd dos Stones, aquela gasolina estava me deixando muito bem, eu era o centro das atenções, todo mundo queria que eu falasse um pouco sobre filosofia. Eu adoro ser o centro das atenções.

-John! Se lembra da minha irmã Mariana?
-Claro que sim. Cadê ela?
-Ta cego? Disse ele abraçado com uma loira linda- Peraê, essa é aquela loira do mercadinho. Caralho, ela realmente cresceu- Pensei
-Ei você não é...- Fudeu. Ela vai dizer q eu tava secando ela no mercado. O Tiago vai me matar. Sempre foi muito ciumento com essa irmã dele.
-Você é aquele cara que canta na reverb- Ufa...Nunca poderia imaginar isso, era uma banda underground e quase ninguém conhecia.
-Sou sim- Respondi aliviado

Quando a conheci ela devia ter uns 15 anos. Sempre que ia à casa do Tiago sentia que ela e algumas amigas se insinuavam pra mim, mas eram apenas crianças, não queria ser preso. Como as coisas mudam. Hoje ela deve ter milhares de pretendentes e nunca daria chance a um cara como eu.

As horas passavam, e o efeito daquela gasolina começou a se misturar com a falta de sono. Já não sabia se era sono, enjôo ou tontura. Sei que não estava nada bem. Quando essas coisas acontecem, só há uma atitude a se tomar. Conhaque!

Levantei cambaleante, acendi um cigarro e fui até a cozinha, onde o Tiago estava se esfregando com uma piriguete enquanto tentava a levar pro quarto.

-Opa...Não se incomodem comigo. Só vim pegar uma dose de conhaque
-Cara, você já ta cambaleando, já não é mais como antigamente- Disse Tiago
-Você não viu nada, to só começando.

Enchi copo e virei de uma vez. O estomago reclamou. Que se foda. Uma tragada no cigarro enquanto encho mais um copo. Mais uma vez acabo com ele num só gole. Pronto, missão comprida. Encosto na pia e fico por alguns segundos só olhando o movimento. Casais se esfregando, pessoas discutindo, pessoas bebendo. De repente é como se recebesse uma entidade. Pego a garrafa e ando até a sala. No caminho alguns esbarrões, tropeções. Escolho uma poltrona vazia do outro lado da sala. Chegar lá é quase uma Odisséia. Me jogo na poltrona. Puxo um cigarro. A carteira cai no chão. Penso em pegar, mas desisto. Mais um gole de conhaque. Me recosto na poltrona e apago. Mas não durmo, é mais como uma meditação. Fico nesse estado por alguns minutos quando:

-John, John, John
-Hã- Acordo assustado
-Você está bem? Mariana me pergunta
-Tô, não se preocupe- Na verdade minha cabeça tava rodando e meu estomago embrulhando

Apanhei minha carteira de cigarros no chão. Levantei, e tudo pareceu rodar mais depressa. Me concentrei e fui andando até o banheiro me escorando na parede, enquanto Mariana olhava de longe esperando a hora em que eu iria me esborrachar no chão. Mas isso não aconteceu. Não até eu chegar ao banheiro. Caí de joelhos em frente ao vaso. Vomitei litros. Mariana bate na porta e pergunta se está tudo bem.

-Claro, Só estou tirando água do joelho- Na verdade estava desfalecido sentado ao lado privada
Depois de um tempo me levantei bem melhor, porém meu estomago estava pegando fogo. Tomei um comprimido e saí do banheiro me contorcendo de dor
-Nossa! Você está péssimo- Disse Mariana
-É só o meu estomago
-Tudo bem, senta aqui, vou trazer alguma coisa pra você comer

O efeito do álcool que eu tinha consumido já tina passado, sentia que era hora de recomeçar. Fui até a cozinha pegar uma cerveja, abri a geladeira, peguei uma lata. Quando fechei dei cara com uma bunda deliciosa. Libido up. Não conseguia mais me controlar, a irmã do Tiago tinha ficado muito gostosa, tinha que tentar alguma coisa. Cheguei lentamente por trás dela, abracei-a s sussurei no seu ouvido “eu quero você”. Ela deu um pulo, me empurrou e saiu da cozinha. Merda, o que me fez pensar que ela ia quer algo comigo? Bem...pelo menos ganhei um sanduíche. Dei uma boa golada da cerveja e devorei o sanduíche como um animal. Achei que era melhor ir embora antes que o Tiago ficasse sabendo. Apanhei uma sacola e joguei umas latinhas, quando para minha surpresa Mariana aparece. Ela puxa minha camisa, me da um beijo, me joga na parede e fala no meu ouvido: “Sempre gostei de você, agora você é meu”. Eu fico sem ação, ela abre uma porta que é o quarto de empregada e me atira lá dentro. Fecha a porta e sai.

Que merda foi essa, essa mulher deve ser louca. Tento sair, mas a porta está trancada, ótimo! Então apenas sento na cama e espero. É só o tempo de acabar um cigarro, e ela retorna. Pega um cigarro no meu bolso, pergunta se eu tenho fogo. Penso em resistir, mas logo dissipo o pensamento.

Ela pode ser de menor. Que se foda

Tiago vai me matar. Que se foda.

Antes que eu possa fazer qualquer coisa ela senta em cima de mim, e começa a me beijar. Eu tiro sua blusa, ela abre meu zíper. Carrego-a e a levo contra a parede, ela geme no meu ouvido e morde minha orelha. Eu a beijo no pescoço e jogo na cama, e entre arranhões e tapas acabamos nus deitados na cama. Ela fica por cima, o vai e vem vai ficando mais rápido e eu morrendo de tesão, não sei mais quanto tempo posso suportar. Merda! Tenho que dá um jeito. Pensa Pensa...Já sei, escalação da seleção de 98!

Taffarel
Cafu
Aldair
Junior Baiano
-Roberto Carlos!!
-O quê?- Pergunta ela assustada
-Eu? Deve ter sido algum maluco na cozinha
Será que ela pensou que eu tenho algum fetiche pelo jogador, ou será pelo cantor? Até que eu gosto de algumas musicas dele, tem aquela....
-Me come de quatro
-hã?
-Ta surdo me come de quatro- Disse ela enquanto levantava e empinava a bunda.

Comecei num movimento bem lento, depois descarreguei toda minha energia. Ela gritava e se contorcia, e eu apenas empurrava como um animal. Trincava os dentes e metia cada vez mais forte, quando senti seus gemidos ficarem mais intensos e ela se descontrolar de vez, percebi que não tinha jeito. Ela gozou, a segurei mais um pouco, gozei e cai na cama. Pouco depois apaguei.

O sol queima a minha cara, Mariana não está mais na cama. Pego minhas coisas rapidamente e saio. Saio do prédio e ando pela rua até o meu trabalho. Minha cabeça dói, sinto o sol queimando minha face, minha camisa está molhada de suor e nem sinto minhas pernas, elas já andam sozinhas. Chego ao trabalho 1 hora mais cedo. O Desgraçado do meu chefe já está lá. Esse viado não vive?

-Senhor John, você precisa se cuidar. Olhe pra você está acabado. Não podemos admitir esse tipo de atitude aqui na empresa
-Ok senhor

Me olho no reflexo do monitor. Meu cabelo está despenteado, minha barba enorme, e minhas olheiras mais profundas do que nunca. Preciso de um café.
Ah, como eu odeio a terça feira.

Um comentário:

Casal do Arrocha disse...

Caracaaaaaaaaaaa!
Amei o seu jeito de escrever, são contos ou relatos?
Vou voltar sempre.
Bjs da Sra. Arrocha