sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dois Perdidos numa noite suja

Parte II

Levantamos então, eu e Betão. Percebi que o Pedro havia sumido com a minha Deusa de ébano, percebi também que o resto das pessoas que ainda não tinham ido embora também já estavam saindo. Andei em direção ao Lobo e dei a ele o que achava que seria minha parte na conta.

-Iai man, vai pra onde agora?

-vou pra casa, tô cansado

-Mas, é um pau no cu mermo

-Ah! Vai se foder João

Enquanto via as pessoas entrando em seus carros, imaginava como seria o fim de noite daquela gente. Provavelmente iriam pra suas casas confortáveis, talvez parar em algum fest-food ou loja de conveniência pra comer alguma coisa antes de dormirem tranquilamente em seus condomínios fechados, gradeados, cercados do mundo. Cercado da cidade e de tudo que ela tem a oferecer, se é que ela tem algo a oferecer. Talvez fosse melhor ser como essa gente, que toma doses homeopáticas de mundo, ou como o Pedro em sua reclusão monastérica. Não! Eu prefiro viver o que está aqui, e irei consumir até a última gota do que a vida me entrega. Mas, onde consumir?

-Então Johnny, qual nosso rumo? A gente podia pelo menos ter pegado uma carona

-Vamo comprar duas garrafas de São Jorge, e a gente vai destilando até achar um lugar que preste, beleza?

Prontamente o Betão aceitou a proposta, a final de contas se não aceitasse não seria o Betão. Então, saímos de lá com nossas garrafas de plástico. A madrugada ia ficando cada vez mais fria enquanto andávamos pelo centro histórico. Alguns bares pra turistas, alguns outros com um tocador de violão cantando Jorge Vercillo. Não, obrigado. Nesse momento o vento já passava rasgando e controlar o queixo já não era algo muito fácil. Passamos por alguns lugares em que discordávamos sobre a nossa permanência. Num deles, resolvemos comprar uma garrafa de conhaque e continuar andando, já que o nosso querido matador de dragão já havia se desfalecido. Por mais que a temperatura estive muito desconfortante, ainda sim eu gostava de andar com a mão dentro da jaqueta com os ombros envergados. Nessas horas um cigarro ajuda a esquentar e meu sempre companheiro Lucky Strike, difícil era acender com toda aquela ventania, seria mais difícil se não fosse o Zippo, “isqueiro que nunca apaga”. Não é bem assim, mas ainda assim um “ótimo isqueiro”. Continuávamos a andar, as vezes parávamos em algum meio fio e sentávamos um pouco pra descansar, mas não tardava muito até que o frio nos forçasse a levantar. O conhaque também ajudava a esquentar, então bebíamos com tal voracidade que ele foi se exaurindo mais rápido do que podíamos perceber, e eu me preocupava com o Betão que apesar de seus antecedentes aparentava muita sobriedade.

-Vá como calma ai negão, não quero ter que procurar um posto médico pra te levar

-Pra cima de mim Johhny boy? Ainda tô querendo começar, parece que tem alguma coisa aberta ali, vamo lá vê.

Na verdade era eu que estava sob o efeito do que havia bebido, mas não tava preocupado com isso. No momento eu percebi que após nossas andanças, já havíamos se distanciado de qualquer lugar e estávamos numa rua literalmente deserta. A única coisa que via era essa luz que o Roberto tinha enxergado. Foi então que eu comecei a pensar sobre que porra eu estava fazendo. Sempre sou assim, acho que posso fazer as coisas, mas na verdade tava piscando de medo. Antes de chegar na luz, passamos por alguns mendigos no chão, alguns usuários de crack fumavam suas pedras não muito distante dali. O Betão percebendo meu medo, resolveu agir e bradou pra um homem que nos olhava de longe

-Tá olhando o que? Achou bonito?!

Ele nunca tivera medo de nada, era conhecido por topar qualquer coisa, não ligava pra nada, faziam alguns trampos quando a grana apertava. As vezes eu queria ser como ele, viver no extremo sem ligar muito pras conseqüências. Se bem que pra ele não era muito difícil, a sua aparência assusta quem não o conhece, quase dois metros de altura, encorpado, cabelos e barbas grandes e desgrenhados. Bastava um olhar feio pra resolver muitas coisas, e uma gargalhada pra resolver tantas outras. Imagino que pelo seu estereotipo, as pessoas pensassem que ele fosse um cara mal-humorado, e ao descobrirem que ele é um palhaço logo se encantam, deve ser por isso que vive no centro das coisas.

Enfim chegamos a luz, e para o nosso espanto não se tratava de um bar, e sim de uma loja de artigos para despacho. Minha surpresa foi grande, mas pude me conter, ao contrario do Betão que ao perceber nosso engano soltou uma de suas estridentes gargalhadas enquanto berrava

-Porra é essa?! Ebó vinte quatro horas? Será que rola um disk-macumba?

Eu tentava disfarçar o riso enquanto tentava empurra-lo, mas quanto mais eu tentasse mais alto ele ria e apontava em direção ao local, no qual as pessoas que ali estavam nos encaravam com cara de muito poucos amigos. Eis que de repente a gargalhada cessou e o seu olhar passou a se assemelhar a de um míope sem óculos. Então ele me abraça com um dos braços e com o outro aponta pro lado de dentro da macumba store. Olho pra cara dele e imito olhar de míope, logo depois o encaro de novo e começo a rir. O que nós não tínhamos pensado ainda era o que todo ebó que se preze deve ter, cachaça! O que tínhamos visto era uma prateleira de 51s. Ao nos aproximarmos da loja, as pessoas que estava na porta fecharam a cara mais ainda, nesse momento temi pelo que podia acontecer, então puxei Betão pelo braço, levei-o a uma certa distancia e o convenci de que eu iria comprar sozinho. E realmente foi o mais acertado a se fazer. Sem pronunciar uma palavra me deram a cachaça, e eu da mesma forma entreguei o dinheiro, e enfim pudemos sair daquela rua.

Já não fazia mais tanto frio quando saímos de lá, ainda sem saber o que fazer, sentamos no chão e começamos a fazer nossa oferenda a nós mesmos. Nessa hora nem sabíamos mais onde nós estávamos. Só sei que estávamos jogados, limpando o chão com nossas roupas, agarrados com uma garrafa de 51 já no fim, não muito diferente de outros mendigos. Puxei a carteira de cigarros do bolso, mas pra minha surpresa estava vazia, pedi ao Betão que também se deu conta de que já não tinha mais. Foi então que resolvemos levantar novamente. Dessa vez não tinha como negar, mal conseguíamos ficar de pé, andávamos nos escorando um no outro. Mas antes que eu fizesse qualquer coisa, eu precisava mijar, portanto passei a me escorar sozinho nas paredes até chegar num beco escuro. Ao chegar lá, comecei ouvir barulhos muito estranhos, de começo não liguei, mas foi ficando mais alto e eu começava a distinguir o que as vozes falavam. Era um casal de mendigos trepando. Enquanto mijava estiquei o pescoço pro lado onde havia uma ruela e consegui ver o que estava acontecendo. Um homem e uma mulher realmente sujos se amassavam e se esfregavam. Não consegui olha pra aquela cena por muito tempo. Enguiei, quase vomitei, mas devo confessar que também senti tesão por aquilo. Abotoei a calça, fechei o zíper e voltei pra encontrar o meu companheiro.

Finalmente Betão estava pior que eu, quando o encontrei ele estava dormindo em pé, escorado num poste. Tratei de acordá-lo e voltamos a andar. Não sabia pra onde ia, não sabia que horas eram, mas sabia que precisava de um cigarro urgente. Depois de um tempo caminhando, encontramos um bar daqueles que tem o nome “Brahma” enferrujado na porta. Pra minha surpresa o bar estava cheio, e todas as pessoas pareciam que moravam lá. Alguns velhos, outros muitos velhos, algumas mulheres feias dançavam enquanto os bêbados se roçavam nelas. Betão sentou numa cadeira, apoiou a cabeça na mesa e apagou. Eu estava tão bêbado quanto ele, mas não estava com sono. Eis que o dono do bar vem até nossa direção

-Ei Ei! Só pode ficar se for consumir. Se não, pode ir saindo

-Calma ai campeão, primeiramente me traga um maço de cigarro, Lucky Strike

-Luqui o quê? Cigarro só tem Rei V

Nem sabia da existência desse cigarro

-Tá, tá, me trás isso ai e me vê duas doses de pinga

Enquanto o homem trazia o meu pedido, eu brigava pra tirar meu isqueiro do bolso. Assim que ele me entrega o cigarro eu tento acender, mas o isqueiro simplesmente não funciona. Isqueiro de merda. –Me traz um “frosfo” também campeão. E lá foi o velho rindo da minha cara e do meu “ótimo isqueiro”. Me recosto na cadeira, viro uma dose de cachaça enquanto trago meu “ótimo cigarro”. Fico olhando as mulheres do lugar, tão bêbadas ou mais que os homens, todas vulgares se esfregando nos velhotes que nem sabem mais o que é uma ereção. Percebo que uma mulher para o olhar em cima de mim, enquanto se esfrega com algum bebum. E começa a se esfregar mais, e sem tirar o olho de mim. O velho ficou sem entender, mas adorou aquilo, ela pega a mão do velho coloca em sua bunda e começa a esfregar a buceta na perna do velho, de certo era a coisa mais dura que achou. Depois ela vira de costas pro velho e enquanto ele ta se acabando se esfregando ela pisca pra mim. Eu me assusto, e novamente tenho um misto de nojo e tesão, e de repente não acho a mulher tão feia assim, apessar de todas as manchas de sua perna, apesar da gordura pulando da saia apertada que mal cobre a bunda e apesar da mais alguns detalhes que eu não faço questão de lembrar, mulher me despertou muito tesão naquele momento. Vendo a resposta em meu rosto, ela deixa o coroa de lado e senta na minha mesa.

-Oi gatinho, não vai me pagar uma bebida?

-Ô! claro que sim madame, garçom por favor mais duas doses, uma pra mim e uma pra bela senhorita que me acompanha

Então ela coloca a mão sobre minha coxa e da um leve apertão. A bebida chega, eu viro a minha num só gole e peço outra. Ela demora um pouco mais pra terminar a dose dela. Como o dono do bar estava com a garrafa, ele encheu meu copo mais uma vez e como da anterior, acabei com um único gole. Assim que termino e olho pro lado, não penso em mais nada, agarro a mulher e dou-lhe um beijo. Ela por sua vez, não se vez de rogada e enfia a língua em minha boca. Sem demorar muito ela desliza a mão que estava em minha cocha pro meu pau sem o menor pudor, e eu em resposta procuro sua buceta com meu dedo médio. A boca dela tinha um gosto horrível, de nem sei o quê, mas ainda assim eu continuava a beijá-la como se fosse a melhor mulher do mundo. Alguns segundos depois ela se levanta e me puxa pelo braço e me guia em direção ao banheiro. Banheiro imundo, também não podia ser diferente. Sem muita conversa ela abre minha calça e coloca meu pau pra fora e não se espanta ao perceber que ele estava “meia-bomba”. Prontamente ela se abaixa e começa a chupá-lo feito louca, e eu sofro uma espécie de despertar, qualquer sonolência ou lerdeza vão embora, é como se de repente tomasse uma garrafa inteira de café. Entretanto, não menos bêbado, me desequilibro e quase caio. Nesse momento me vem à cabeça a imagem dos mendigos trepando, agora estou eu aqui no ápice do prazer e do nojo. A minha deusa de ébano também vem a cabeça. Será que ela está trepando também? Com certeza, não num banheiro sujo como este. Como será que ela trepa? Como será que geme? Então levanto a senhora que está comigo, a viro de costas, levanto sua saia e rasgo sua calcinha.

-A calcinha era nova, porra!

-Cala boca sua puta!

Impressionantemente acerto o buraco de primeira e começo a penetrar como todo vigor do mundo. Tudo que havia me acontecido eu estava resolvendo agora, tudo não passa disso, socar numa buceta de quem quer que seja. Ela começa a gemer, e começo a meter mais forte, ela começa a gritar, e então começo a meter mais forte ainda, como um animal.

-Cala a boca porra!- Gritam de fora

E ela começa a gritar mais alto ainda. Eu sinto que não vai demorar muito pra eu gozar e então o Sprint final, a mulher grita como se tivesse sendo torturada. Finalmente eu gozo enchendo o lugar de porra. Ela fica agarrada com a parede gemendo baixinho enquanto eu saio do banheiro cambaleando até a mesa em que estava. Sento na cadeira, e assim como o Betão, apago.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Numa noite fria

Longa história. Longa demais pra um único post

Parte I

Há muito tempo eu esqueci o que é sentir frio. Finalmente pude tirar minha jaqueta de couro do armário, justamente no mês em que paguei a ultima prestação. Ao passar pela orla fiquei olhando a revolta do mar que se debatia e se atirava contra a balaustrada. Os coqueiros envergados davam a sensação de iriam desabar a qualquer momento, assim como as sinaleiras e as placas de trânsitos. Gosto de caminhar e sentir a força do vento tentando me arrastar gosto de olhar a praia vazia. Tempo bom, podia ser sempre assim, sem o sol escaldante, sem a insuportável chuva, só o bom e velho vento assustando as pessoas e refrigerando a cidade.


Do alto do elevador Lacerda, sinto o vento bater na minha cara como um cachorro na janela do carro, enquanto espero uns amigos pra mais uma noite de bebedeira e perversão. Mentira! As pessoas vão chegando e se sentando até lotarmos um dos botecos do pelourinho, que já costuma ser deserto durante a noite, fica abandonado nesses dias frios. Lá pras tantas da madrugada já éramos a única luza acesa nas redondezas. Estavam comigo o Pedro, o Betão e o Lobo. Com eles estavam mais várias pessoas, amigos dos amigos e amigos dos amigos dos amigos. O Lobo era aquele cara popular, a maioria das pessoas estavam lá por causa dele, achavam-no o máximo e o tinham como o arquétipo do boêmio, mas na verdade ele não passava de um playboy que ainda morava com os pais e que sempre que as coisas fugiam um pouco do controle, corria do pau. Mas, ainda assim eu também gostava da sua companhia. Pedro era uma figura bastante excêntrica. Mais reservado do que eu, gostava de beber sozinho e de ficar em casa, só saia conosco por muita insistência. Já o Betão,esse sim. Esse era dos meus, a perfeita imagem do libertino, porém como todo porraloca que se preze quase sempre ele exagerava passava da conta. No bar, enquanto as pessoas conversam alto, todas querendo ser ouvidas, eu preferia me manter reservado daquele grupo de pessoas. Não eram meu mundo.


Enquanto isso o Betão já era o centro das atenções, todos aqueles burgueses amigos do Lobo ficaram encantados. Eu via aquela cena como pessoas assistindo a um chimpanzé na jaula. Preferi ficar com o Pedro no lado de fora do Bar. Enquanto fumávamos um cigarro ele me contava do seu livro de Poesias que tentava publicar. Eu já tinha lido alguns escritos, era de fato um ótimo poeta, mas ninguém se dava conta disso.


Enquanto estávamos lá fora, eu continuava a analisar o que acontecia dentro. O dono do bar que também era o garçom servia as pessoas com cara de poucos amigos. Imagino que deveria estar feliz por ser o único comerciante a ganhar dinheiro naquela noite, mas ele visivelmente não queria estar ali. Ao desfilar meu olhar novamente reparei algo que prendeu minha atenção: Uma negra linda, com um sorriso digno de propaganda de creme dental. Tinha seios fartos que eram empurrados pra cima por um decote generoso. Fiquei hipnotizado por um tempo, quando voltei em mim, reparei que nossos olhares se cruzaram, de inicio fugi, imaginei que ela estava me achando um tarado. Na verdade eu era, enquanto me perdia na imagem daqueles lindos seios, fantasiava mil perversões. Já meio sem graça continuei a disparar olhares bem mais contidos, e com o canto do olho percebi que sua expressão não era de reprovação, pelo contrario, ela me entorpecia com sorrisos. Continuei nesse flerte a distancia por certo tempo, por muito tempo, não tinha coragem o suficiente, e enquanto esperava o álcool fazer o seu papel de desinibidor continuava o papo com o Pedro.


-Quanto tempo você não vê a luz do sol?

-Não sei ao certo, porque essa pergunta, João?

-Man, você ta de uma palidez hospitalar. E essas olheiras, você não dorme?

-Que nada bicho, você sabe como são as coisas, prefiro ficar em casa, tenho trabalhado muito

-Trabalhado muito o caralho, você escreve uns textinhos de merda, praquelas revistas de merda

-Se fuder, tô terminando meu ultimo romance

-Puta que o pariu, mais um? Faz o seguinte me bota como seu herdeiro, quando você morrer vou ficar rico com seus royalties. Invento uma historia sobre sua morte, ai todos vão querer lê seus livros

-Muito confortante


Ao desenrolar da nossa conversa, Pedro levantou da cadeira e caminhou em direção a rua, ao mesmo tempo, a mulher com a qual eu flertava também levantou. Ela olhava em minha direção, estava com o vestido daqueles vão ate o chão. Ao ajeitar a cadeira por um momento ficou de costas pra mim e pude perceber que tinha um quadril digno de uma boa parideira. O pano fino do vestido delineou parte do seu corpo e eu já a imaginava nua.


Ela se vira, vem em minha direção, o seu sorriso vai ficando cada vez mais safado aumentando o meu tesão, enquanto ela desfila até mim eu levanto da cadeira com cara de bobo, olhando aquele quadril dançarino vindo até mim. Logo me aprumo, arrumo a postura, faço cara de galanteador, e ai ela passa por mim como se não me enxergasse. Primeiramente torço pra que ninguém tenha reparado, disfarço, volto pra cadeira e olho prá trás. E ela tá lá conversando com o Pedro, que não se mostrava nem um pouco surpreendido. E eu aqui achando que ia conseguir algo, o máximo que eu consigo é apreciar as suas costas enquanto se derrete pro meu amigo. É isso, vou ficar trancado em casa até parecer um moribundo pra vê se assim eu consigo uma mulher dessas.


Agora eu estou aqui, afogado em minhas frustrações, e mergulhando cada vez mais na cerveja. Vejo que na mesa em que estão as pessoas, existem muitas mulheres desacompanhadas, mas não me interessam, já estava fascinado pela aquela mulata. As horas vão passando, e assim como eu, o Betão parece decepcionado e vem ate mim:


-Você vai ficar ainda o resto da noite sentado ai sozinho com essa cara de cu?

-Eu? E quanto a você, senhor preciso de atenção?

-É o que? – Disse ele, num misto de espanto e dúvida

-Você não tava rodeado por todo mundo? Achei que ia sair com o Lobo e o resto da playboyzada

-Não – Um tom cabisbaixo- A criatura que eu achava que tava me dando mole, não queria nada
Soltei uma gargalhada daquelas em que você não se preocupa se está sendo ridículo rindo sozinho, enquanto comparava a desgraça alheia com a minha num ritual homeostásico.

-Pois bem- Falava enquanto me levantava da cadeira e puxava a carteira do bolso de trás- Tá na hora da noite começar

-Começar? Jã são 3 da manha?

-Até tu Betão? – Respondi com um espanto de descrença


E então outra gargalhada em alto e bom som, dessa vez começada pelo Betão e compartilhada por mim, como quem já entendeu tudo e não precisa mais de palavras.

To be continued

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vinte e Sete

Eu insisto, mas o mundo me impede
Desse jeito não morro aos 27
Não que eu pense em desistir
Tampouco em me acomodar
Mas desse jeito eu sei que não vai da
Aos vinte e poucos e já
O Basquiat
O Cobain
A Janis e tudo mais
Já existiam como tais
E eu to ficando velho
Já vi que não da mais

Eu insisto, mas o mundo me impede
Desse jeito, não morro aos 27

Eu preciso aparecer
Já me cansei de crescer
Tenho q fazer algo de verdade
Que fique pra posteridade
Mas minha vidinha de merda insiste em me atrasar
Não sei se tem jeito vivendo no terceiro mundo
Ter que trabalhar e estudar
Mal tenho tempo pra respirar
Nem dormindo tenho tempo pra sonhar
Que porra posso fazer? Já vi q não vai da

Mas não vou me entristecer
Não posso parar
Eu vou encher a cara até aonde eu aguentar
Não vou mais dormir
Não vou descansar
Vou passar a minha vida numa mesa de bar
Só vou viver pra escrever e pra tocar
Já ta ficando tarde
Eu já tenho vinte e poucos
Espero conseguir viver ate aparecer
E se não der certo espero não me arrepender
Espero não me arrepender

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Não adianta...

...Não dou certo pra nada mesmo

As vezes me pego pensando como ta tudo errado no mundo, logo depois suponho que é mais fácil eu estar errado. Enfim, independente do referencial tudo me parece de cabeça pra baixo. Não que eu queira que a empresa em que trabalho ganhe mais dinheiro e se desenvolva, pra mim tanto faz, só o que aumenta é o lucro dos donos, contratos a mais ou a menos não vão aumentar meu salário. Entretanto, não deixo de sentir repúdio por meus chefes serem completos idiotas. É tudo um grande jogo, não importa se você é mais competente, ou inteligente. Parece que tudo no mundo funciona da seguinte maneira: panelinhas e políticas. Pode reparar que quem está sempre à frente de qualquer grupo é amigo do chefe maior. Em qualquer organização funciona dessa forma. Por outro lado, outras pessoas apelam pra “politicagens”, que incluem bajulações e auto-propaganda. É um absurdo! As pessoas não precisam ser competentes, só precisam parecer competentes, ou pior, só precisam conhecer as pessoas certas. E eu? Eu não conheço ninguém, não sou simpático, nem fico gritando aos quatro quantos como sou inteligente. Pois é, sou um fudido mermo. Tenho que obedecer cegamente um imbecil que se acha a pessoa mais inteligente do mundo (talvez eu também seja um imbecil que pensa ser a pessoa mais inteligente do mundo, porém....eu sou sim). Digo cegamente porque não adianta contrariar, ou tentar provar o contrário, essas pessoas não pensam e não vão deixar você mostrar que está certo.

Pra agüentar isso só um café. E por sinal, que café horrível. No começo eu só bebia pra me ajudar a ficar acordado, agora sou dependente. Fumo a mais de dez anos e não sou viciado, fico tranquilamente dias, semanas sem um cigarro. Assim como bebo muito e a bastante tempo, mas consigo passar grandes intervalos de tempo sem me embriagar (aí o problema é o tédio), além de já tem consumido variados tipos de drogas e não ter me viciado em nenhuma. O meu vicio é fiel, o único que consegue me manter ansioso ao sentir sua falta, o único que eu gosto mesmo estando em dias difíceis com um sabor intragável, não me faz deseja outra coisa senão sentir o seu sabor deslizando sobre a minha língua e me deixando excitado.

Eu realmente sou errado, muito errado. As pessoas no ponto de ônibus não são do meu mundo, bem que eu queria ser um alienígena, talvez um dia a nave mãe volte pra me buscar. Pra mim, as pessoas andam estranhas, se vestem estranhas, um mar de gente igualmente medíocre, que não conseguem reconhecer um grande gênio, nunca conseguem. Por não compreenderem tal genialidade julgam como esquisito. Nada disso...isso é só meu ego querendo me transformar em algo mais do que sou, me colocando num pedestal inexistente. Assim como o Maquiavel na sua carta pro principie. Ele estava entre as ovelhas, mas não queria assumir ser ovelha...Contudo ele realmente ele não era. Era uma mente superior a todo aquele povo, inclusive a realeza.

Realeza, diretoria. Tá tudo errado, eu é que não devia ser ovelha. Se olhares para baixo, querido patrão, em sua enorme humildade e bondade verás que eu não pertenço a esse lugar. Não deu certo com o Maquiavel, não daria pra mim, eu mesmo não dou certo pra nada nesse mundo. Eu e o meu café, meu querido único vicio. Pensando bem, não é meu único vicio. Claro! Como podia esquecer a minha musa? Minha virgem intocável dos amores ultra-românticos, pra se manter musa, tem que se manter intocável, pra eu admirar, escrever poesias e me entristecer por não poder ter-la.

Eu deveria simplesmente chegar em casa e me embebedar ao ponto de acordar nadando no próprio vômito, mas o destino, insiste em me contrariar com aquele barulho terrivelmente irritante de telefone tocando pra me fez ter que ouvir sua voz mais uma vez. Lembranças, projeções, risos, meu peito doendo e a lagrima que insiste em cair do meu rosto e a pergunta fatal

-Porquê não demos certo?

-Ta cansada de saber que não dou certo pra nada, meu bem.

-O que aconteceu com a gente? O que nos separou?

-O amor, querida. O amor nos separou.

Preciso de companhia pra esta noite.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tédio

Sabe aqueles dias em que voe não sente vontade de fazer nada? Pois é. É assim que tenho me sentido ultimamente. Logo eu, que tanto luto pelo tempo livre pra fazer varias coisas, de repente me pego deitado na cama assistindo Faustão em preto e branco e cheio de fantasmas. É impressionante como, o ócio se torna tédio e faz as pessoas sentiram falta do trabalho. Besteira! O grande problema é que as pessoas se acostumam a perderem seus dias trancados num escritório. Fazendo uma conta rápida, se percebe que o trabalhador médio só tem 3 horas por dia de tempo livre...Isso mesmo, TRÊS horas. Não acredita? Vamos as contas: 8 horas dormindo, 9 horas trabalhando( 1 hora de almoço), 4 horas entre transporte, alimentação, banho e necessidades fisiológicas.

O que uma pessoa pode fazer em três horas? Assistir a novela? Jornal? Depois de viver assim tanto tempo, acabei me acostumando. A única coisa que nos resta é o final de semana, mas ai o que acontece quando não se tem dinheiro, nem carro? Não sei enquanto as outras cidades, mas Salvador aos domingos é completamente deserta, os ônibus são escassos. É como se o mundo impusesse pra você: FIQUE EM CASA E ASSISTA O FAUSTÃO! E cá estou eu praticando a obediência ao meu destino, esperando chegar a segunda feira pra que eu tenha pelo menos a esperança do final de semana.

Como grande parte da população, no fim do mês não sobra quase dinheiro nenhum. Nem pra eu tomar uma cerveja na esquina. O que me restou foi a sobra de uma Natasha que eu tenho que beber pura. Nem um refrigerante, sequer uma polpa de fruta na geladeira. Só água e mais algumas coisas irrelevantes no momento.

Tá bom, na verdade só estou inventando desculpas pra mim mesmo, eu poderia estar fazendo alguma coisa. Ler um dos livros que baixei. Garcia Marques, Goethe, Saramago. Não...sem saco pra ler romances longos ainda mais nesse monitor esverdeado. Quem sabe poesias me animem. Lorca, Baudelaire, Álvares de Azevedo. É preciso estar envolto dês certos sentimentos pra apreciar poesias, hoje não dá. O Faustão já se despediu. Eu deveria ir dormir cedo, mas não quero que chegue a segunda feira então tento me manter acordado. Me debruço na janela, ascendo um cigarro, janelas acesas, ruas vazias, carros barulhentos passam correndo. Pelo menos uma boa brisa passeia pelo meu rosto. Bebo o ultimo gole de Vodca, ela não conseguiu me deixar bêbado, quase efeito nenhum. Volto a olhar a televisão, O fantástico está no final, porra! Como eu odeio acordar com sono, melhor dormir logo e acabar com isso. A cama me afasta com a mesma força que ela me atrai as 6 da manha. Rolo pra um lado, pro outro. Nada adianta, o sono não vem. Ligo o som, faço uma coletânea de musicas pra baixo: David Bowie, Smiths, The Cure, Legião urbana. Sento na cadeira ao lado da cama. Os álbuns vão começando e terminando e eu consigo finalmente me distraí. Fiquei sem vontade de ouvir música o dia todo, e só agora consigo relaxar. Olho no relógio de celular: 02:53. Pois bem, vão ser no máximo 4 horas de sono, é bom aparecer logo Morpheu, se não quebro esses seus óculos redondos idiotas. Como se fosse adiantar.

Mais uma vez brigando com a cama, quando percebo um barulho me incomodando...despertador? Só pode ta quebrado, isso é hora dessa merda tocar?. Tiro o lençol da cara e o sol queima minhas vistas por um instante. Não é possível, olho pro relógio e já são 6 horas. Será que eu dormir? Quanto tempo? Me levanto como um zumbi pra começar mais uma semana

segunda-feira, 1 de março de 2010

Aceitar
Seguir e continuar
Uma vida padrão
Um molde
Produção
Rebelar
Lutar contra o destino
Viver angustiado
Entre o certo e o errado

Eu não queria ser um dom Quixote
Mas todos estão cegos
Cartola: não se engane, o mundo não é um moinho
E nem destruirá somente os sonhos mesquinhos


É o preço que tem que se pagar
Os deuses não vão gostar
Mais um copo de café
Hypnos não pode me pegar

Eu sou um herói bêbado
Sem carisma e malandragem
Que deambula sem sentido
E sempre permanece as margens

Sem poderes ou armadura
Pago a pena como um humano
Compro a briga com um deus
Entre o ultimo e o super
Sempre apanhando
Nem sempre batendo
Se eu nasci pra perder porque insisto em jogar?
Mas eu nunca sei como vai terminar
E continuo querendo me achar

Eu preciso tirar as teia de aranha da lampada
Levanto, fecho a janela e vou ouvir a tempestade

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Too Drunk to fuck

Era um domingo, e eu havia acordado bem mais tarde do que de costume. Deviam ser umas onze horas. Levantei e pela primeira vez em muito tempo me sentia bem. Decidi ir até a cozinha tomar café, mas desisti. Vou dormir um pouco mais, quem sabe o problema de tudo não é simplesmente falta de sono? Desde que comecei a fazer meu projeto de mestrado, nunca tinha tempo pra dormir, logo me acostumei e dormir passou a ser perda de tempo.

Me joguei na cama e apaguei.

Acordei com o barulho de sons de carro na rua. Levantei, e novamente eu estava péssimo. Meu corpo estava mole, minha cabeça doía e eu só sentia vontade de dormir mais. Por essas e outras que eu não gosto de dormir. Olhei para o relógio: 19:52. Puta que pariu! Quase um dia perdido. Não escrevi nada, sequer bebi nada.

Tomei um banho pra me despertar. Não adiantou muita coisa. Vesti uma roupa, botei o MP3 no ouvido e saí na esperança de encontrar algo pra comer. No MP3 tocava Smiths- Everyday is like sunday. Não podia ser melhor. Caminhei lentamente até a praia. Sentei do lado do Vinicius de Moraes, puxei um cigarro e perguntei: Tem fogo? Ele não respondeu. Resolvi acender o cigarro eu mesmo. O que leva uma pessoa em sã consciência achar que é legal passar uma tarde num sol que arde? Dei um tapa na cabeça do Vinicius e levantei. Tenho que começar a estudar, mas minha cabeça ta doendo tanto e meu corpo acha que morri. Caminhei até a praia que já estava praticamente vazia. Parei num vendedor de coco

-Enche só a metade desse copo grande, irmão
-Vai ser o mesmo preço- Disse o vendedor meio intrigado
-É? Então enche só um quarto
O vendedor que já havia desistido de entender, colocou três dedos de água de coco no copo.
-Ótimo

Tirei uma vasilha com uísque do bolso e completei o resto do copo. Paguei, me despedi do garçom que me olhava espantado e sentei num daqueles bancos em frente à praia. Desliguei o MP3, fechei o olho e me recostei. Por alguns minutos fiquei somente ouvindo o som do mar. Não durou muito tempo e comecei a ouvir risos. Eram duas gringas que passavam pela praia. Percebi que eram gringas por serem loiras de olhos claros e traços muito finos. Olhavam pra mim e riam. Eu não entendia o porquê. Resolvi não me importar. Acabei com o resto da minha bebida. Estava pronto pra levantar e fazer mais uma, quando percebi que as gringas estavam se aproximando de mim.

- Do you know what that means in your t-shirt?- Era uma camisa do Dead Kennedys que tinha escrito "Too drunk to fuck"
- Course i know. I speak english sua puta
- Eu também falo português- Disse a gringa seriamente
-Percebí- Respondi com um riso sarcástico

Levantei e pedi mais um pouco de água de coco pro vendedor. Enquanto ele pingava gotas no meu copo, sentí que elas se aproximavam. Pediram um cigarro pro vendedor, mas ele não tinha. E disse que não iam encontrar por perto.

As duas mulheres eram muito bonitas, apesar de um pouco "apagadas". Quando a gente se acostuma ao corpo das brasileiras, o resto parece muito estranho. Mas ainda assim possuem seu valor. As duas tinham peitos grandes e uma tinha até uma bonita bunda. Pequena, porém muito bem feita

Virei mais uma vez meu drink, e lentamente puxei meu Lucky Stike do bolso. Coloquei em cima do balcão e tirei um. Acendi com um riso no rosto e assoprei a fumaça na direção delas. Sabia que não iriam resistir por muito tempo

-Me arranja um cigarro?- Perguntou a que sempre se mantivera mais distante
Somente virei a carteira de cigarros em sua direção e acenei com a mão. Ela pegou um e levou aos lábios, puxei o isqueiro e acendi pra ela. Ela sorri pra mim. Logo depois a outra, e o mesmo ritual. Ao chegar perto de mim sentiram o cheiro. Perguntaram o que era. Talvez possa conseguir alguma coisa. Porque não?

-Camarada, pinga umas gotas de água de coco em mais dois copos, por favor.
Completei os copos com o resto do scotch que eu ainda tinha. Elas beberam e começamos a conversar. De repente nem lembrávamos mais do nosso primeiro dialogo. É impressionante como cachaça e cigarro aproximam as pessoas.

Tudo corria muito bem, porém a minha pequena vasilha na qual eu carregava um pouco do meu Red Label já estava vazia.

-Muito bem ladys, estamos sem combustível.
-O que está esperando Johnny?- Perguntou Janis enquanto já andava até o mercado. Janis era a que tinha falado comigo primeiro. E que tinha a bunda mais bonita também

Enquanto elas andavam na frente, eu ia pensando se iria conseguir comer pelo menos uma daquelas. Talvez se as embebedar bastante como até as duas. Talvez eu esteja realmente com sorte.

Eu andava e ria sozinho quando enfim chegamos ao mercado. As duas brincavam e riam. Não pelo pouco Whisky que tiveram consumido, mas pela felicidade do que íamos consumir pela frente. Me peguei pensando se talvez as duas fossem lesbicas, se eu tivesse sorte, bissexuais. Aproveitei o clima de descontração pra ficar mais próximo. Entrei na brincadeira e cheguei a ensaiar uns abraços.

Compramos uma garrafa de Old Eight, muitas latas de cerveja e alguns maços de cigarro. A cara delas era de crianças que acabaram de receber o presente de natal. Sem conseguir controlar a excitação começamos a beber ali mesmo na porta do mercado. Voltamos pro nosso ponto de partida. O vendedor de cocos já estava indo embora, já havia anoitecido há algum tempo. Tomamos algumas doses com água de coco, mas com a ausência do vendedor bebemos o resto a lá cowboy. E como elas bebiam... de uma hora pra outra a garrafa acabou e começamos a tomar as cervejas. Nessa hora já estávamos bastante bêbados. Corríamos pela areia da praia, nos agarrávamos, dançávamos feito loucos. Conversávamos em muitas línguas, português, inglês, francês, italiano...mesmo sem saber falar italiano, mas isso pouco importava.

Depois de certo tempo na areia, Anne simplesmente correu pro mar e se jogou. Eu ria da areia, quando Janis também se atirou na água gelada. Percebi que não tinha outro jeito, tirei a camisa e corri até onde elas estavam.

Na água as brincadeiras começaram a ficar mais quente, pra compensar a temperatura. Enquanto as abraçava, aproveitava pra me roçar. Meu pau já estava duro, e elas perceberam e não se fizeram de rogada. Era só abraçar uma por trás que já empinava a bunda. E assim continuamos, eu displicentemente deixava minhas mãos entre suas pernas, e elas por sua vez, não perdiam a chance de sentir a dureza do meu membro.

Chegou um momento em que já não mais aguentavamos o frio, e voltamos pra areia. Como não tínhamos toalhas o jeito pra esquentar era o calor humano. Estávamos lá nós três, em uma praia quase deserta, abraçados juntos. Eu aproveitava pra respirar no pescoço e dar umas mordidas nas orelhas. Elas ficavam arrepiadas e riam. Senti que era minha grande chance, meu grande dia. O dia em que iria realizar o desejo de todo homem. Trepar com duas mulheres.

Eu já estava realmente muito bêbado, mas como elas não paravam de beber, também não podia decepcionar continuei bebendo. Peguei uma lata, acendi um cigarro e sentei na areia. Elas vieram e minha direção. Anne tira o cigarro da minha boca. Elas se entreolham, riem e começam a se beijar. Eu me recosto sobre meus cotovelos e fico apreciando aquele belo quadro. O beijo começa a ficar mais intenso, mais línguas, mais mordidas. Até que elas param, cochicham, viram pra mim e levantam a blusa com um riso safado. Será que eu estou sonhando? Começo a correr atrás delas pela praia. Alcanço Anne, a derrubo, caio em cima dela e começo a beijá-la. Depois de algum tempo empurra minha cabeça contra o seu pescoço e fala no meu ouvido: "Vamo pro hotel?". Eu nem respondo. Só me levanto, pego o resto das cervejas e continuo a correr atrás delas.

No caminho eu já tinha acabado com o resto das latas. Entramos no hotel em que elas estavam hospedadas ainda correndo e rindo. Passamos direto, sem dar chance de nos repreenderem. Entramos no elevador e as duas começam a se beijar. Eu me sinto o cara mais sortudo do mundo. Entro no beijo também. A mão de Janis entrara no short de Anne, que por sua vez já estava com a mão dentro do meu zíper. A putaria continuou no corredor, nos esfregando pelas paredes até chegar a porta do quarto delas. Em quando Janis brigava com a chave e a fechadura, Anne já tinha tirado meu pau pra fora e me masturbava enquanto beijava meu pescoço.

Quando finalmente Janis conseguiu abrir a porta eu já estava sem calça e Anne sem blusa. Malmente fechamos a porta e voltamos a nos agarrar a três. Toda aquela agitação havia me deixado um pouco tonto. Eu via tudo dobrado, duas bundas, quatro peitos, quatro pernas, duas bocetas. Sem nem perceber como já estávamos os três nus. Janis me joga na cama e pousa sua boceta na minha boca. Eu nem penso e começo a lamber e sugar. Enquanto isso, Anne já estava com meu pau batendo em sua garganta. Não que ele seja muito grande, mas ela que era gulosa.

Ficamos um bom tempo daquele jeito. Quando as línguas já estavam cansadas resolveram levantar. Levantei e a cabeça rodou. Merda. Anne vira de quatro pra mim. Eu via aquilo, mas não conseguia me mexer direito. Consigo com muito esforço ficar de joelhos. Janis pega o meu pau e o guia na direção da boceta de Anne. Enquanto eu comia uma de quatro, a outra esfregava sua boceta em minhas costas e beijava meu pescoço.

Aquele seria o melhor momento da minha vida. Se minha cabeça e estomago não estivesse rodando tanto. Não conseguia me concentrar na foda. Janis pedia mais, mas eu não tinha coordenação, então Anne começou a empurra meu quadril por trás.

Era de mais pra mim, era bom de mais, era ruim de mais. Quanto mais Anne empurrava, mais meus estomago dava volta, quando finalmente a merda aconteceu. Vomitei litros e mais litros em cima delas. Me lembrei que não tinha comido nada o dia todo. Enquanto vomitava via tudo ficar mais escuro, até que não vi mais nada.
Acordei sobre o carpete do corredor. Na minha cabeça havia um enorme galo. Me lembro que devo ter desmaiado. Minha calça estava toda vomitada, eu estava todo vomitado, mas estava sem camisa. Levanto me escorando pelas paredes. Procuro um cigarro, mas não acho. Penso em bater na porta do quarto, mas logo desisto da idéia.

-Oh Yeah Baby! I was really too drunk to fuck

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Segunda sem lei


Segunda feira. Quem não odeia? Será que alguém acorda pensando assim: (Oba! Esperei tanto por hoje) Imagino que não. Na verdade sei lá, tem gente que gosta do que faz. Mas não eu. Não o meu trabalho. Tudo que eu queria era não ter q trabalhar, e pra aqueles chatos que dizem: “Ah, mas você ia ficar entediado.” Esqueçam, isso é para os idiotas. Com tanto livro pra ler, tanta cerveja pra beber. Minha vida seria o paraíso.

Porém, infelizmente tenho que trabalhar de segunda a sexta, e hoje por acaso é uma segunda. E eu como sempre dormir quase nada. Não gosto de dormir. Já perco 10 horas por dia. 50 horas por semana. Acho um absurdo perder mais 8 horas por dia dormindo. Nem se eu pudesse, eu dormiria tanto tempo.

Levanto da cama como se meu corpo pesasse uma tonelada. Me olho no espelho e minha barba está enorme, minha cara está péssima. Hoje eu estou realmente fudido. Merda! E esse sol. Cidade quente dos infernos.

Pego minha xícara de café, sento no sofá e acendo um cigarro. Caralho! Já são sete e meia. Viro o café todo de uma vez, passo uma água no rosto, visto a calça, coloco os sapatos e vou abotoando a camisa enquanto desço as escadas. Dessa vez eu me fodo, aquele filadaputa vai comer meu cú. Saio do prédio e parece que entrei numa sauna. Puta que pariu!
Chego à frente do prédio da empresa, estou pingando de suor. Tento correr pra chegar a minha mesa pro patrão não reparar o atraso, mas não adianta. Antes de conseguir sentar na cadeira o desgraçado aparece:

-Senhor John isso são horas? Já são mais de nove. Toda segunda feira é a mesma coisa
- Foi o transito- Tento enrolar
-Transito? Eu pego transito, todos aqui pegam transito. Não podemos admitir esse tipo de atitude aqui na empresa
-Ok senhor

Desgraçado bossal infeliz. Se eu não precisasse dessa merda já tinha quebrado a sua cara. Ah...Mais um dia eu estouro e acabo com a raça desse viado.

Me recosto na cadeira, meus olhos parecem fechar sozinho. Preciso de um café. No momento em que eu levanto o telefone toca. Ele sempre escolhe os melhores momentos pra tocar. Não podia tocar alguns minutos atrás e interromper aquele falatório maldito?

-Alõ, eu apertei o botão, mas meu computador não está funcionando
-Ok....você ligou o botão do monitor?
-eh...ah...Ta bom, brigado.
Tu Tu Tu

Não podia perder esse trabalho, afinal de contas não era um trabalho ruim. Na verdade não tinha muito trabalho, só tinha que aturar o imbecil do meu chefe e algumas pessoas burras.

Passo na cozinha, pego um café e vou até o terraço. Acendo um cigarro....O tempo parece que não passa. Hoje dá seis horas mais não dá cinco. Já deve ser o centésimo café. Volto pra mesa e de repente é como se uma bomba explodisse no meu estomago. Onde estão meus antiácidos?

Eu adoro café. Além de me ajudar a passar o tempo, me mantém acordado, mas ele e meu estomago não se dão muito bem. Enfim a sirene toca. Se fosse uma sexta é provável que eu estivesse pulando de alegria. Mas é segunda e ainda tenho uma porra de semana inteira pela frente. Somente desligo o meu computador, pego minhas coisa e ando cabisbaixo até a saída. Meu celular toca. É o Tiago. Tiago é um amigo que eu não via há bastante tempo. Fizemos faculdades juntos, era um dos poucos companheiros que conseguiam me acompanhar nas bebedeiras. “Bons tempos”- sussurro antes de atender o telefone.

-John! Por onde anda cara? Achei q tivesse morrido de cirrose ou overdose
-Não não, ainda não tive essa sorte, mas tenho me esforçado bastante
-Então você continua o mesmo...escuta, passe aqui em minha casa?
-Vô sim man, só marcar um dia
-Você não entendeu. Venha pra cá agora, tão vindo uns amigos e amigas. Traga bebida
-Cara, você realmente pirou. Tá pior que eu. Em plena Segunda Feira, você quer comer água?
-(Risos) Não cara, você que ta viajando. Isso é o que chamam de “segunda sem lei”. É um modo de não deixar a segunda feira tão ruim

Devo confessar que estranhei a idéia, depois me pareceu genial, depois estranhei de novo. Que se foda, já tô fudido mermo. Ao menos não ia precisar pegar ônibus lotado, a casa do Tiago era próximo ao prédio em que eu trabalhava, então resolvi ir andando.

No meu rosto, a expressão começou a mudar. A cara de desanimo começava a dar lugar a um discreto sorriso de canto de boca. Enquanto caminhava reparava nas transeuntes. De quando em vez achava algo digno de ser olhado por mais tempo. Um bom par de cochas, uma bunda grande ou um decote profundo.

Chegando às redondezas da casa do Tiago achei um mercadinho. Peguei um carrinho e comecei a passear por entre as prateleiras onde ficavam as bebidas. Peguei uma caixa de cerveja e uma garrafa de vodca e andei lentamente até o caixa. Enquanto caminhava reparava em algumas pernas, até então, nada de mais, quando de repente me vi inteiramente focado, quase babando. Uma loira, cabelo liso na altura da cintura. Magra, porém com um lindo par de pernas e uma enorme bunda. Fui lentamente subindo meu olhar, quando chego acima do pescoço desvio. Um olhar de quem não estava gostando nem um pouco me aguardava. Que loucura, nunca vou comer uma mulher dessas. Que se dane, hoje vou encher a cara. Peguei uma carteira de cigarros e rumei à casa do Tiago.

Deviam ser umas 18 horas e a casa já estava cheia. Todo mundo como cara de quem acabou de sair do trabalho, homens e mulheres de uniforme. Ah...mulheres de uniforme, como eu adoro mulheres de uniforme. Reparei que tinha uma morena linda com uma calça atochada. Apreciei mais um pouco e cheguei novamente a mesma conclusão “nunca vou comer uma mulher dessas”. Tudo bem, ela nem é melhor que aquela loira mesmo.

-Pessoal, esse é o John que eu falei pra vocês
-Ah! Você é o filosofo? -Perguntou a morena
-Não, sou só formado em filosofia- Respondi meio desconcertado
- Ei, deixa isso pra lá, tenho uma coisa aqui pra você, bebe.
-Que isso?
-Só bebe, ta amarelando?

Não sei o que era aquela coisa, mas tinha gosto de gasolina, no primeiro gole já comecei a ficar tonto...gostei. Sentei no sofá com alguns amigos do Tiago e depois de mais algumas doses daquela gasolina já me sentia intimo de todo mundo. Tudo corria muito bem, estava tocando um cd dos Stones, aquela gasolina estava me deixando muito bem, eu era o centro das atenções, todo mundo queria que eu falasse um pouco sobre filosofia. Eu adoro ser o centro das atenções.

-John! Se lembra da minha irmã Mariana?
-Claro que sim. Cadê ela?
-Ta cego? Disse ele abraçado com uma loira linda- Peraê, essa é aquela loira do mercadinho. Caralho, ela realmente cresceu- Pensei
-Ei você não é...- Fudeu. Ela vai dizer q eu tava secando ela no mercado. O Tiago vai me matar. Sempre foi muito ciumento com essa irmã dele.
-Você é aquele cara que canta na reverb- Ufa...Nunca poderia imaginar isso, era uma banda underground e quase ninguém conhecia.
-Sou sim- Respondi aliviado

Quando a conheci ela devia ter uns 15 anos. Sempre que ia à casa do Tiago sentia que ela e algumas amigas se insinuavam pra mim, mas eram apenas crianças, não queria ser preso. Como as coisas mudam. Hoje ela deve ter milhares de pretendentes e nunca daria chance a um cara como eu.

As horas passavam, e o efeito daquela gasolina começou a se misturar com a falta de sono. Já não sabia se era sono, enjôo ou tontura. Sei que não estava nada bem. Quando essas coisas acontecem, só há uma atitude a se tomar. Conhaque!

Levantei cambaleante, acendi um cigarro e fui até a cozinha, onde o Tiago estava se esfregando com uma piriguete enquanto tentava a levar pro quarto.

-Opa...Não se incomodem comigo. Só vim pegar uma dose de conhaque
-Cara, você já ta cambaleando, já não é mais como antigamente- Disse Tiago
-Você não viu nada, to só começando.

Enchi copo e virei de uma vez. O estomago reclamou. Que se foda. Uma tragada no cigarro enquanto encho mais um copo. Mais uma vez acabo com ele num só gole. Pronto, missão comprida. Encosto na pia e fico por alguns segundos só olhando o movimento. Casais se esfregando, pessoas discutindo, pessoas bebendo. De repente é como se recebesse uma entidade. Pego a garrafa e ando até a sala. No caminho alguns esbarrões, tropeções. Escolho uma poltrona vazia do outro lado da sala. Chegar lá é quase uma Odisséia. Me jogo na poltrona. Puxo um cigarro. A carteira cai no chão. Penso em pegar, mas desisto. Mais um gole de conhaque. Me recosto na poltrona e apago. Mas não durmo, é mais como uma meditação. Fico nesse estado por alguns minutos quando:

-John, John, John
-Hã- Acordo assustado
-Você está bem? Mariana me pergunta
-Tô, não se preocupe- Na verdade minha cabeça tava rodando e meu estomago embrulhando

Apanhei minha carteira de cigarros no chão. Levantei, e tudo pareceu rodar mais depressa. Me concentrei e fui andando até o banheiro me escorando na parede, enquanto Mariana olhava de longe esperando a hora em que eu iria me esborrachar no chão. Mas isso não aconteceu. Não até eu chegar ao banheiro. Caí de joelhos em frente ao vaso. Vomitei litros. Mariana bate na porta e pergunta se está tudo bem.

-Claro, Só estou tirando água do joelho- Na verdade estava desfalecido sentado ao lado privada
Depois de um tempo me levantei bem melhor, porém meu estomago estava pegando fogo. Tomei um comprimido e saí do banheiro me contorcendo de dor
-Nossa! Você está péssimo- Disse Mariana
-É só o meu estomago
-Tudo bem, senta aqui, vou trazer alguma coisa pra você comer

O efeito do álcool que eu tinha consumido já tina passado, sentia que era hora de recomeçar. Fui até a cozinha pegar uma cerveja, abri a geladeira, peguei uma lata. Quando fechei dei cara com uma bunda deliciosa. Libido up. Não conseguia mais me controlar, a irmã do Tiago tinha ficado muito gostosa, tinha que tentar alguma coisa. Cheguei lentamente por trás dela, abracei-a s sussurei no seu ouvido “eu quero você”. Ela deu um pulo, me empurrou e saiu da cozinha. Merda, o que me fez pensar que ela ia quer algo comigo? Bem...pelo menos ganhei um sanduíche. Dei uma boa golada da cerveja e devorei o sanduíche como um animal. Achei que era melhor ir embora antes que o Tiago ficasse sabendo. Apanhei uma sacola e joguei umas latinhas, quando para minha surpresa Mariana aparece. Ela puxa minha camisa, me da um beijo, me joga na parede e fala no meu ouvido: “Sempre gostei de você, agora você é meu”. Eu fico sem ação, ela abre uma porta que é o quarto de empregada e me atira lá dentro. Fecha a porta e sai.

Que merda foi essa, essa mulher deve ser louca. Tento sair, mas a porta está trancada, ótimo! Então apenas sento na cama e espero. É só o tempo de acabar um cigarro, e ela retorna. Pega um cigarro no meu bolso, pergunta se eu tenho fogo. Penso em resistir, mas logo dissipo o pensamento.

Ela pode ser de menor. Que se foda

Tiago vai me matar. Que se foda.

Antes que eu possa fazer qualquer coisa ela senta em cima de mim, e começa a me beijar. Eu tiro sua blusa, ela abre meu zíper. Carrego-a e a levo contra a parede, ela geme no meu ouvido e morde minha orelha. Eu a beijo no pescoço e jogo na cama, e entre arranhões e tapas acabamos nus deitados na cama. Ela fica por cima, o vai e vem vai ficando mais rápido e eu morrendo de tesão, não sei mais quanto tempo posso suportar. Merda! Tenho que dá um jeito. Pensa Pensa...Já sei, escalação da seleção de 98!

Taffarel
Cafu
Aldair
Junior Baiano
-Roberto Carlos!!
-O quê?- Pergunta ela assustada
-Eu? Deve ter sido algum maluco na cozinha
Será que ela pensou que eu tenho algum fetiche pelo jogador, ou será pelo cantor? Até que eu gosto de algumas musicas dele, tem aquela....
-Me come de quatro
-hã?
-Ta surdo me come de quatro- Disse ela enquanto levantava e empinava a bunda.

Comecei num movimento bem lento, depois descarreguei toda minha energia. Ela gritava e se contorcia, e eu apenas empurrava como um animal. Trincava os dentes e metia cada vez mais forte, quando senti seus gemidos ficarem mais intensos e ela se descontrolar de vez, percebi que não tinha jeito. Ela gozou, a segurei mais um pouco, gozei e cai na cama. Pouco depois apaguei.

O sol queima a minha cara, Mariana não está mais na cama. Pego minhas coisas rapidamente e saio. Saio do prédio e ando pela rua até o meu trabalho. Minha cabeça dói, sinto o sol queimando minha face, minha camisa está molhada de suor e nem sinto minhas pernas, elas já andam sozinhas. Chego ao trabalho 1 hora mais cedo. O Desgraçado do meu chefe já está lá. Esse viado não vive?

-Senhor John, você precisa se cuidar. Olhe pra você está acabado. Não podemos admitir esse tipo de atitude aqui na empresa
-Ok senhor

Me olho no reflexo do monitor. Meu cabelo está despenteado, minha barba enorme, e minhas olheiras mais profundas do que nunca. Preciso de um café.
Ah, como eu odeio a terça feira.